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terça-feira, 4 de maio de 2010

A Justa Medida: Eis um caminho a seguir








(…) A natureza é uma realidade tão complexa que não pode ser encerrada em nenhuma definição. Ela permanece um mistério, como mistério é o ser e o nada. O que possuímos são discursos culturais sobre a natureza: das culturas ancestrais, das modernas e das várias ciências. Em nome de cada compreensão, decide-se qual é o nosso lugar nela e que tipo de intervenção é adequada ou não.

Quando contemplamos a natureza salta logo aos olhos uma medida imanente a ela que resulta não das partes tomadas isoladamente, mas do todo orgânico e vivo. Há harmonia e equilíbrio. Ela não é biocentrada como se a vida fosse tudo, mas no equilíbrio dinâmico entre vida e morte.

Para os contemporâneos a natureza resulta de um imenso processo de evolução que vai além do modelo de Charles Darwin (1809-1882) que fundamentalmente a restringia à biosfera sem incluir o cosmos. Tudo começou com o big bang num processo não linear que conhece saltos, flutuações e bifurcações. Não só se expande, mas cria e organiza possibilidades novas. Significa que as leis naturais não possuem caráter determinístico, mas probabilístico.

Os conhecimentos da termodinânica nos sinalizam que a vida e qualquer novidade no universo surge a partir de certa ruptura do equilíbrio. Essa quebra da medida é só um momento, pois provoca em seguida a auto-organização que cria um novo equilíbrio dinâmico. É dinâmico porque continuamente se refaz, não pela reprodução do equilíbrio anterior, mas pela criação de um novo. A lógica da natureza em evolução é esta: organização-desorganização-interação-nova organização. E assim sucessivamente. (…)

O ser humano deve seguir a lógica da natureza: fazer e refazer continuamente o equilíbrio. Não de uma vez por todas, mas sempre em atenção ao que está ocorrendo no ambiente, na história e nele mesmo. A justa medida muda, o que não muda, é a permanente busca da justa medida. (…)

Se esta sintonia fina com a natureza em nós e também ao nosso redor não se transformar numa cultura, então estaremos sempre às voltas com a busca da justa medida a ser encontrada e aplicada. Viveremos reconciliados conosco mesmo e com a natureza. Eis um caminho a seguir.

(Leonardo Boff)

SemeAR



No ar, aquela semente era levada
pelo vento, não sabia o seu
destino e não tinha escolha de
ficar. O vento simplismente a
impulsiona para um desconhecido
lugar. Poderá semear?
Semente sem destino no ar
SemeAR.
A força da natureza parece,as
vezes, ilógica. Nos desperta um
sentimento onde parece muitas as
possibilidades, ou é tão exata
que nos foge a compreensão.
Poque a natureza oferece a
uma semente essa incrível
sensação de não saber o seu
futuro?

SLOGAN



Just love me, diz a estampa da camiseta em que me enfio antes de ir para a cama. O pecado do amor é se meter a pensar. Just love me – repito. Cala esse pensamento e ama. Ponto.

Simples assim.

Ressignificado



Felicidade é esse quase tudo que é tanto e que a gente acaba passando por cima como se fosse nada.

domingo, 2 de maio de 2010

...


Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome...
Cores de almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores.
Passeio pelo escuro, eu presto muita atenção no que meu irmão ouve. É como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora eu quero chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus. Eu ando pelo mundo divertindo gente,chorando ao telefone e vendo doer a fome dos meninos que tem fome...




As ondas são anjos que voam sobre o mar,
que refletem, e reluzem banhados de luz;
são anjos que dormem, sempre a rir e a sonhar
e em leito de espuma adormecem, sem pensar

Corra para o mar! E jogue fora todos os seus supérfluos,
e tudo que não pertence a você...
Deixe as ondas levarem tudo de errado... em você!