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sexta-feira, 18 de junho de 2010

"A dor do mundo em mim"



A dor do mundo me corrói
A violência do mundo me maltrata
O mundo pesa em minhas costas

Cada criança faminta é uma faca enfiada em meu peito
Cada idoso triste
Cada órfão da AIDS
Cada criança desnutrida
Cada analfabeto
Cada crueldade
Cada morto no Iraque
Cada jovem ou criança na guerra
Cada flagelado da África
Cada mutilado por minas terrestres

Cada criança trabalhando
Cada favelado do Brasil
Cada criança fora da escola
Cada desrespeito
Cada maldade
Cada indigente índio
Cada pessoa que sofre ou que morre sem assistência adequada nos hospitais brasileiros.
Cada quilombola sem terra
Cada sem-teto
Cada indiferença
Cada discriminação
Cada mulher espancada
Cada criança abusada sexualmente ou psicologicamente
Cada criança que apanha dos pais
Cada acidente no trânsito.

A dor do mundo devia ser de todos
Quando cada árvore é derrubada
Cada rio é poluído
Cada casa cai
Cada onda cobre
Cada furacão passa
Cada vulcão derrama
Cada animal é maltratado ou sacrificado
Cada homem ou bomba explode
Cada arma mata
Cada vida é sacrificada.
A dor do mundo me angustia, me estressa e me adoece e por vezes até me paralisa.

Viajando encontrei um pacifista mexicano, que já percorreu a pé dezenas de países e ao lhe perguntar o que fazer para melhorar o mundo e curar a dor do mundo que havia em mim, ele me disse: “Daniela, você precisa aceitar o mundo como ele é, esse é o primeiro passo pra ter força pra modificá-lo”.
Ouvir essa frase foi fundamental para eu entender que o estresse causado pela dor do mundo em mim mina minhas energias e que eu preciso aceitar o mundo como ele é e que preciso exercitar a resiliência e a paciência.

Para curar a dor do mundo em nós, é preciso aceitação.
Mas para mudar o mundo, com certeza é preciso muito amor.
O sociólogo e amigo Betinho me dizia: "Não podemos perder a indignação".
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Daniela Mercury - http://somostodosum.ig.com.br/conteudo/conteudo.asp?id=07917

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