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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Não me falta homem, me falta amor.

Um fala que está viciado em você, que não vai deixar você sair do MSN porque você é tudo de bom.

O outro cidadão - moreno, alto, bonito e sensual, por sinal - te chama pra ir com ele à festa mais badalada da cidade (e você não vai, claro! Depois disso todos os amigos dele vão te olhar como a comidinha do brother deles).

O outro pega seu telefone sem ao menos ter te beijado, liga no dia seguinte e quer te ver no mesmo instante (e você também não vai, claro, porque quando ele te beijar, esse número nunca mais vai aparecer na tela do seu celular novamente).

E tem aquele gracinha, seu ex-ficante, que agora cismou que você é a mulher da vida dele. Ele te procura insistentemente, te chama pra ir ao cinema, pra ir pra não sei onde e, adivinha? Não. Você não vai. Afinal de contas, da onde veio esse amor todo? Eu hein, quem chamou?

Tem também, um paulistano bacanérrimo. O cara diz querer sair lá de SP pra conversarem melhor e você encontra 500 empecílhos pra tentar impedí-lo. Por que? Porque não vira, pô! Imagino nossos assuntos: "Qual tipo de música gosta?" Ou então: "O que você curte fazer com seus amigos, gatinha?" Deus me livre!

Ah... sem falar ainda, daquele cara que você conheceu no Carnaval. Meses depois, ele ainda te manda mensagem: "E aí linda, que tá fazendo?" Senhor... Alguém avisa ele?!

Fora o seu namoradinho de infância, loiro, gato - e com namorada de hoje em dia -, que sempre que está pela cidade, quer porque quer ir tomar aquele açaí.

Fora aquele moreno bonzinho, aparentemente seu tipo que só te viu uma vez na vida, pegou seu orkut e agora, acha que, por isso, você tem que sair com ele pra tomar uma cervejinha.

O que está acontecendo com o mundo? Ou o problema é você?
Por que, diante de inúmeras possibilidades, você não consegue simplesmente escolher?

Tem alto. Baixo. Rico. Pobre. Loiro. Moreno. Sarado. Flácido. Tatuado. Careta. Médico. Advogado. Herdeiro. Cabelo liso. Cabelo espetado. Cabelo com dread. Caseiro. Da night. Da rave. Do sertanejo. Que mora no seu prédio. Que mora em outra cidade. Solteiro. Casado. Seu ex-ficante. Ex-namorado da sua amiga...
Tem pra todos os gostos. Menos pro seu.

Será que é porque a gente se perde diante das possibilidades?
Ou quanto maior o número de opções, mais você quer escolher?
Ou é só porque você resolveu ficar velha e exigente?
Ou não, nada disso?

Talvez essa não seja uma escolha tão objetiva assim;
Talvez não dê pra montar seu modelo de cara ideal e apontar: "É esse!".
Talvez você nunca vá conseguir reunir todas as características que admira num só cara;
E talvez, mais importante ainda, nada disso importe no final das contas.

Você ainda não encontrou “o cara” porque simplesmente ainda não “bateu”.
A batida perfeita não deixaria você errar jamais.
É mais pele do que cabeça,
É mais sentido do que entendimento,
É achar lindo, tudo que é feio, inclusive as coisas clichês que ele fala
E é se tornar um pouco isso também.

A batida perfeita acontece quando você menos espera.
Pode ser o amigo do amigo do amigo, ou aquele cara que você conhece há uns 15 anos e nunca havia prestado atenção antes, ou aquele lá que surgiu do nada numa festa e entrou na sua vida tão aos poucos que você nem percebeu.

A batida perfeita simplesmente acontece.
Sem que a gente tenha que fazer qualquer tipo de escolha.

E todo o resto?
Bom, todo o resto serve pra fazer você dormir e acordar acreditando que você é realmente tudo de bom, que você tem essa capacidade de deixar alguém viciado em você, ou que você move o mundo e faz qualquer pessoa atravessar o oceano pra te ver, ou que você possa realmente ser a mulher da vida de alguém.

Todos esses outros, são aqueles caras do bem que entraram na sua vida pra fazer você acreditar em você, pra massagear o seu ego e fazer você acreditar que realmente pode escolher alguma coisa. Até o dia em que você não vai ter escolha. Vai acontecer e você vai saber na hora.


(Brena Braz - À procura da batida perfeita)

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